domingo, 25 de novembro de 2012
Boa noite querido vazio...
"Ás vezes penso na minha vida. Levo uma pequena vida, valiosa mas pequenina.
Ás vezes pergunto-me se a levo porque gosto ou porque me falta a coragem.
Tantas coisas que vejo lembram-me coisas que li em livros, não deveria ser ao contrário?!
Não quero uma respostas, só quero enviar esta pergunta cósmica ao vazio.
Portanto... boa noite querido vazio."
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Sabor da vida
Sempre quisera sentir o sabor da vida, a vida no seu expoente máximo,
a ferver dentro do seu corpo. A euforia de estar vivo, nem que seja por
segundos.
Queria sentir que vive como deveria viver, que aproveita as
oportunidades e que não podia estar a viver de outra forma.
Queria saber que o momento que perde a ter uma conversa sobre um tema
desinteressante para si, não é um desperdício, que o tempo que demora a
alimentar-se diariamente lhe é útil e traz-lhe sabor, isso mesmo, sabor.
Não o sabor do café acabado de beber, não o sabor das comidas da mãe
ou da avó, não o sabor do silêncio.
O sabor da vida, só isso.
Afortunados são os que se sentem plenos, sem os “ses”, sem os “enfins”.
Aqueles que soltam gargalhadas com o acordar e sorriem ao adormecer. Aqueles que
não temem e partem à aventura sem olhar para trás e com a certeza que não
existe outro lugar onde deveriam estar, e principalmente onde queriam estar. Estão
ali. Querem estar ali.
Esses que sentem o sabor que ele tanto quer sentir. Sortudos! Loucos e
destemidos! Brilhantes!
Eles, não nós! Nós escondemo-nos atrás da cortina e vamos espreitando
a vida lá fora, com medo. Aquela vida, aquela que vive, aquela que lá de fora nos
grita: Vem! Vive-me! O que esperas?
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Exiguidade Provinciana Mental
Em Julho do ano que passou um amigo e colega jornalista escreveu uma crónica onde anunciava uma doença há muito conhecida mas pouco explorada, Exiguidade Provinciana Mental (EPM), ou seja, bisbilhotice e maldizer.
A verdade, (pelo menos na minha verdade, que é só minha), há muito a dizer sobre este mal e sobre os infectados, mas é necessário, (a meu ver, e só meu), fazer uma distinção importante dos que padecem aos meros observadores.
Os olhos que nos veem não são os que nos sentem. É importante perceber e reter esta informação, para o bem geral. São inúmeros os casos diários de más interpretações e de momentos de falha de comunicação. Sabemos que a informação recebida pelo receptor não é a mesma que foi enviada pelo transmissor, isto acontece sempre. Um olhar, um gesto, uma palavra, um silêncio não é recebido da forma que eu enviei, não é entendido da forma como eu entendi e, principalmente, não é aceite da mesma forma pelos receptores A, B e C. Ponto final.
Podemos afirmar ainda que a correcta receptividade da informação está directamente relacionada com o ambiente que envolve o receptor, se este estiver dominado pela EPM receberá sempre uma mensagem deturpada.
Victor Melo desabafa aos seus leitores que por todas as cidades que passou sempre defendeu Águeda, local onde passou a sua infância, das constantes "investidas de indivíduos provenientes de centros mais urbanizados. "É a amplitude mental que conta e não a geográfica", disse vezes sem conta, quando era confrontado com os estereótipos mentais que costumam caracterizar as pessoas dos meios mais pequenos: mentalidade pequenina, exígua, hermética, coscuvilheira.
No entanto, por vezes parece que há pessoas que gostam de envergar, orgulhosamente, as pirosas vestes desse estereótipo. Em boa consciência, não as posso criticar, porque muito provavelmente a culpa não é delas. Provavelmente nunca saíram daqui, nunca tiveram oportunidade de viver noutros ambientes, vivenciar quotidianamente novos hábitos socioculturais, de saborear e assimilar novas culturas, de alargar horizontes tanto urbanos como mentais."
No mesmo texto o autor apresenta-nos não a cura mas um forte tratamento, Vida Própria. "Por mais que esteja comprovado que algumas doses de Vida Própria amenizem alguns dos seus efeitos, sem qualquer contra-indicação, o medicamento - o único no mercado com total comparticipação e sem qualquer custo - é constantemente ignorado. O que leva a supor que, de facto, os doentes que sofrem de EPM gostam e, por algum motivos, privilegiam a sua condição."
Segundo o mesmo texto, a burrice deste tipo de doentes é o motivo pelo qual muitos homens e mulheres (saudáveis) reprimem parte da sua identidade com receio de serem catalogados e rotulados pelas suas opções e/ou decisões. Para estes, tanto eu como o meu amigos aconselhamos o seguinte:
Não se deixem condicionar por nada. Não castrem a vossa iniciativa, a vossa espontaneidade, a vossa liberdade, a vossa alegria e expressividade por causa dos olhos pardos de um beato, que deve a si mesmo e à sua própria amargura o facto de estar cingido a assistir à vida através do vidro opaco de uma janela. Já vocês, têm as ruas. O ar que lá respiram é vosso. Ninguém o respira por vocês. Nem nunca respirará.
Da minha parte, a todos aqueles que caminham ao meu lado, amigos, colegas ou conhecidos que recebem e receberam de uma forma negativa a minha comunicação verbal ou não verbal, mil perdões.
A todos aqueles que recebi erradamente as suas mensagens e fui influenciada pelos doentes da exiguidade provinciana mental, mil perdões!
Aos doentes, as vossas "verdades" fazem-nos sorrir, rir e no fim, gargalhar.
A ti, Victor Melo, amigo e jornalista, um obrigada!
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Desemprego jovem
Os mais jovens deputados de cada
grupo parlamentar apontam a prática de uma “incorrecta
lei laboral” e o “desaproveitamento do conhecimento académico” como as
principais causas para os 35 por cento de desemprego jovem.
Em análise ao comportamento dos
jovens, os deputados assumem que a juventude tem uma visão descredibilizada da
política e dos políticos.
Com idades entre os 25 e os 33
anos, Cristóvão Ribeiro (PSD), Vera Rodrigues (CDS), Pedro Alves (PS), Pedro
Filipe Soares (BE) e Rita Rato (PCP) são os deputados mais jovens da Assembleia
da República.
Confrontado
com os níveis de desemprego o deputado socialista, Pedro Alves, defende que “é
necessário intervir na lei laboral” para que esta não “tire direitos a quem já
os tem, mas que reforce os direitos a todos”. “A lei laboral protege cada vez
mais o lucro em vez das condições laborais”, acrescenta.
No que respeita à formação
académica, o deputado do bloco de esquerda afirma “que a nossa estrutura
económica não valoriza o conhecimento adquirido pelos jovens”, ou seja “na
prática estamos a ter uma dupla desgraça: os jovens não se valorizam por não
estarem no mercado de trabalho e a sociedade está a hipotecar o investimento
que fez sem tirar proveito da sua formação”.
“Os números
do desemprego jovem são fruto de um conjunto de más politicas seguidas nos
últimos anos”, considera o Cristóvão Ribeiro.
A deputada comunista entende que
“uma taxa desta dimensão só é justificada por políticas que agravam e impedem a
concretização de muitos direitos da juventude”.
Em análise
ao comportamento dos jovens na política todos os deputados concordam que a
juventude portuguesa está “desligada”. “Os níveis de participação cívica por
parte dos jovens são pautados por muito apatia”, afirma Pedro Alves.
“Eu entendo que provavelmente ao
longo dos anos não fomos tendo os melhores exemplos daquilo que é ser-se
político”, confessa Vera Rodrigues deputada do CDS acrescentando que “os
políticos estão de uma forma geral descredibilizados”.
“Os jovens
olham para a política de uma forma velha, são velhos na vida política, perderam
o encanto porque já não a olham com a visão de que esta pode ser a mudança de
vida”, afirma Pedro Filipe Soares.
Rita Rato,
deputada comunista, considera que este comportamento dos jovens “é legítimo
pois os últimos anos de regime democrático não têm melhorado a vida dos
portugueses”.
O deputado democrata, Cristóvão
Ribeiro, apela “à participação cívica e ativa dos jovens na política para uma
construção de um novo paradigma” acreditando que “quanto mais jovens
participarem, melhores serão as decisões tomadas”.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Lisboa
Lisboa é menina,
Lisboa é moça,
Lisboa é apaixonadamente
encantadora.
Olisipo? Olissibona? Aschbouna?
Possivelmente são palavras que não lhe
dizem muito, mas se eu disser "Lisboa" não há quem não saiba.
Quem é Lisboa? O que nos conta esta cidade que sempre foi tratada por
menina e moça com corpo de mulher? Quantas vidas estão por contar atrás
das portas das "casas de várias cores", de que nos falava Álvaro de
Campos?!
Lisboa é absolutamente apaixonante. Enche-nos de vida durante o dia e aconchega-nos durante a noite. Tem cor, tem luz, tem brilho, tem som e
silêncio. Tem história e saber, tem cultura e travessura, sem nunca perder o
seu "cheiro de flores e mar".
Numa carta de amor à cidade José Saramago escreveu,
"Lisboa tem-se transformado nos últimos anos (...) levantam-se muros de betão sobre as pedras antigas, transtornam-se os perfis das colinas, alteram-se os panoramas, modificam-se os ângulos de visão. Mas o espírito de Lisboa sobrevive, e é o espírito que faz eternas as cidades. Arrebatado por aquele louco amor e aquele divino entusiasmo que moram nos poetas, Camões escreveu um dia, falando de Lisboa: "...cidade que facilmente das outras é princesa". Perdoemos-lhe o exagero. Basta que Lisboa seja simplesmente o que deve ser: culta, moderna, limpa, organizada - sem perder nada da sua alma. E se todas estas bondades acabarem por fazer dela uma rainha, pois que o seja."
sábado, 1 de setembro de 2012
Guarda-chuvas de Chocolate
Gosto de acreditar que cantar não é para todos, pintar não é para todos, escrever não é para todos, interpretar não é para todos.
Gosto também de acreditar que cada um de nós tem um dom, intransmissível e pessoal, assim como a nossa impressão digital.
Luciano Gomes tem o dom da representação, da interpretação, os seus pulmões respiram teatro, nas veias correm textos, cenas e actos, e os seus pés só se sentem em terra firme em cima de um palco.
Este fim-de-semana desloquei-me ao Teatro Rápido e assisti a uma das melhores interpretações que já vi. Guarda-Chuvas de Chocolate um espectáculo baseado nas crónicas de António Lobo Antunes, mostra-nos de que é feito o ser humano, tempo, nada mais do que isso, de tempo.
Num cenário intimista o actor desabafa com o público como quem fala sozinho nos recantos da sua casa, da sua intimidade. Faz-nos apaixonar por uma infância quase esquecida, por uma vida passada num abrir e fechar de olhos e no fim as lágrimas caem como o cair do pano no final de um espectáculo.
É impossível ficar indiferente a esta interpretação. Aproveitem!
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Estágios Remunerados no Reino Unido
Lusa 13 mar - Dois portugueses a trabalhar no Reino Unido criaram um site para
ajudar os que procuram emprego naquele país, dando visibilidade às ofertas de
estágios remunerados disponíveis.
Rui Zamith já tinha pensado neste projeto em 2008 mas só mais
tarde, depois de conhecer Nuno Dhiren, e de terem trocado algumas ideias é que
decidiu avançar para a concretização do projeto criando o Internwise.
“O primeiro contacto com a ideia surgiu em 2008, quando ainda no
Porto decidi procurar no Reino Unido um novo desafio profissional. Aquilo que
senti foi que o mercado tinha alguma dificuldade em acomodar os jovens que
procuravam estágios profissionais na internet” conta Rui Zamith em declarações
à agência Lusa.
Algum tempo mais tarde, explicou, conheceu Nuno Dhiren, e
utilizando os diferentes conhecimentos, desenvolveram o projeto em conjunto.
O objetivo principal do website é satisfazer as empresas,
promovendo os seus anúncios para encontrar estagiários. “A decisão de
recrutamento é da exclusiva responsabilidade da empresa, nós somos apenas a
ponte de contacto entre ambos” esclarece Rui Zamith.
“O Internwise é um projeto de cariz social onde a componente de
lucro é obtida através de serviços oferecidos às empresas que procuram
estagiários (tais como uma maior visibilidade do anúncios, divulgação nas redes
sociais ou a otimização do processo interno de recrutamento)”, adianta Zamith.
Atualmente a plataforma Internwise, a funcionar desde dezembro
de 2010, contém um pouco mais de 12 mil candidatos e mil trabalhos ativos, com
particular incidência no design, comunicação e marketing.
“O site recebe habitualmente cerca de seis a dez novos trabalhos
diários e tem cerca de 10 mil candidatos ativos e mais de 100 mil visitas
mensais”, conta Rui.
“Desde o momento em que a plataforma foi apresentada ao público
português o tráfego do website aumentou em cerca de 20 por cento e o número de
portugueses a publicar o seu CV excedeu os 1500” , informa Rui.
No que respeita ao feedback, Rui garante que “as empresas que
nos são próximas deram-nos uma opinião claramente positiva sobre este boom de candidaturas lusas”, adiantando
que “o perfil do jovem profissional português é de uma forma geral bastante
apreciado pelos recrutadores inglês”.
Um ano depois da manifestação “Geração à rasca” são muitos os
jovens que tentam sair do país, procurando novas oportunidades. Patrícia
Batista, licenciada em Turismo está desempregada há 1 ano e conheceu o
Internwise através de amigos.
“O mais frustrante da procura de trabalho são as ‘não-respostas’”
confessa, “acho que já atingi uma centena de currículos enviados, só para
Portugal”.
Depois de lhe apresentarem a plataforma, Patrícia não hesitou e
inscreveu-se. “Fiz o meu currículo em inglês e uma carta de apresentação,
juntamente com uma carta de recomendação da entidade onde fiz o meu estágio”
conta, “não pensei duas vezes, parada é que não queria ficar”.
Três semanas depois, a jovem portuguesa foi contactada por uma
empresa inglesa e fará a sua primeira entrevista via Skype, “se conseguir este emprego
vou sem pensar duas vezes”, confessa.
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