quarta-feira, 13 de março de 2013

Dançamos?

Dançam como se tivessem nascido para a dança, só e apenas para a dança.
Abraçam-se e rodam a pista, qualquer pedaço de terra é deles e as árvores rendem-se à melodia. Não há música mas os corpos cantam, a saia roda, as mãos unem-se e o sol brilha. 
São leves desde o dia em que ela calçou o sapato e ele vestiu o casaco. Não mais pararam e ninguém os fará parar. Dançar ilumina-os e dá-lhes vida, a eles e a quem passa por eles. E são tantos. 
Ela usa perfume fresco que viaja pelas folhas, flores e todos os cantos do mundo.
Ele sente-lhe o cheiro, sabe que não o irá esquecer e guarda-o. Inspira e guarda. 
Ela ri, como uma criança, ele acompanha. Riem os dois daquelas dança para tolos, daquela dança para um e para dois, daquela dança de todos! Não se cansam, nem nunca se vão cansar. 
O que os faz dançar é o amor, a paixão e a vida.
Ele deixa-a brilhar quando lhe larga a mão, depois pede-lhe perdão e abandona a pista, deixando a bailarina rodar sozinha de sorriso rasgado. 
Ela não deixa de sorrir...
Ela sabe que a dança nunca morre.

4 comentários:

  1. Esse estado de felicidade; exultação,é a emoção suscitada pela aquisição ou pela expecttiva do que é bom...

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  2. A emoção suscitada pela aquisição ou pela expectativa do que é bom,isto é: estado de felicidade; exultação...

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  3. Bom texto, bom estado de espírito. Enquanto continuarmos a deter a capacidade (rara) de dançar sem música e de sorrirmos perante os olhares insinuadores de quem não a tem, a dança não morrerá.

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